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segunda-feira, 25 de agosto de 2014

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Nos abraços do mundo é que reencontrava seus instintos cobertos das mais densas seivas, nos esconderijos sem nome. Agora o vento sopra diferente e as correntes já não fazem tanto barulho, meu amor. Elas quebraram enquanto corria em busca de maçãs maduras. Eu as achei.
Em dias assim, sempre se corre em busca das maçãs, dos eus, dos outros, de nós. E quando a Terra vai se bronzeando ao sol, eu quero apenas a expectativa de empreender todos os meus dentes à procura da essência líquida da fruta, da vida. De fazer barulho enquanto meus dentes descobrem as profundezas que depois irão escorrer pela boca. Sentir descer pela língua as sensações que crio enquanto ando desconstruindo algumas espécies de fantasmas que falam línguas estranhas, mas que as vezes eu compreendo bem.

Se estes vultos saíssem de minha mente, ah! Mas eles são eu, e eu sou eles. E nós provamos das mesmas maçãs, mordidas com a fome de quem come a maçã proibida do Éden. 

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